quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Papa Francisco e a JMJ dois meses depois

Neste texto quero apenas fazer duas ponderações: a primeira sobre a pessoa e o pontificado do Santo Padre Francisco e a segunda sobre os resultados PASTORAIS da Jornada Mundial no Rio de Janeiro, ocorrida no mês de julho. Portanto, argumentos do tipo: "Ah, mas quantos jovens se converteram, quantos se apaixonaram pela Igreja" estão fora de foco. É óbvio que a JMJ, apesar das suas falhas como ocorrem em todos os eventos, teve abundantes graças na vida das pessoas. Mas aqui vou me ater a resultados concretos.
Esta é a primeira vez que escreverei algo sobre o NOVO PAPA neste blog, após seis meses de pontificado. Confesso: levei uma rasteira e um balde de água gelada quando o Cardeal Tauran anunciou o nome de Jorgemario Bergoglio, na sacada da Basílica de São Pedro, no dia 13 de março deste ano. A grande mídia e a blogosfera católica apresentavam Bergoglio (e ainda apresentam) como anti-Ratzinger. E isso era catastrófico. Mas, com os olhos da Fé e da Tradição, fomos aos poucos fazendo a leitura ortodoxa da pessoa e do ministério de Francisco para a Igreja, neste tempo de tribulações.
Após a Jornada Mundial, duas coisas ficaram bem claras e definitivas: O Papa Bergoglio era o papa que a Igreja e o mundo necessitavam, pela sua lição de humildade e sabedoria. Não é porque o papa veio da Argentina, num contexto "libertador" da América Latina que será um revolucionário. Francisco veio ao Brasil confirmar toda a tradição da Igreja e nas entrelinhas dos seus discursos ratificou o magistério restaurador de Bento XVI ao falar da Fé ideologizada na política, ao enfatizar que a missão caritativa da Igreja não pode ser a de uma ONG piedosa e que os jovens devem ter a coragem de remar contra a correnteza. Quem não consegue fazer esse discernimento ainda não obteve a chave de leitura deste pontificado. A Reforma administrativa da Cúria está em curso, a encíclica Lumen Fidei representa uma continuidade com o pontificado de Bento XVI, mas...

E AS QUESTÕES MORAIS?

PAREM COM ESSA PALHAÇADA! O PAPA NÃO VAI ORDENAR MULHERES, NÃO VAI CASAR PESSOAS DO MESMO SEXO, NÃO VAI LIBERAR CELIBATO... E CHEGA DE CITAR PROFECIAS DE LA SALETTE, MEDIJUGORJE E O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA! DEIXA DE SER FANTOCHE DA MÍDIA, PELOS MENOS UMA VEZ NA VIDA!
Graças a Deus, o papa não vai trair o evangelho. Também não vai revogar o Sumorum Pontificum e muitos menos reabilitar a Teologia da Libertação. Ele é argentino e a conheceu de perto, por isso, ENGULAM TOMBA LATAS!

A JMJ dois meses depois...

Deixei passar todo esse tempo, para "digerir" todo o efeito da JMJ na vida da Igreja. Mas só que dessa vez, o efeito não foi nem de uma "marolinha" pós-retiro de jovens. Desde o fim da jornada, a resposta de todos os participantes é um simples: "estava bom". E só! Nenhuma informação sobre a catequese dos Bispos, o que sentiram ao ver o Santo Padre de perto. O máximo que deu pra ver foram as fotos no Facebook. E as paróquias? Bom, elas continuaram vazias fora do horário de "Missa Jovem", as reuniões de CPP e de Liturgia continuaram sem a presença da juventude atuante. Esse é o meu questionamento sobre os FRUTOS PASTORAIS DA JMJ, já que o lema era: "Ide e fazei discípulos meus, todos os povos". Haverá legítimo protagonismo juvenil, fora da comunhão com a sua Igreja Local? Os frutos da JMJ irão se multiplicar e fazer missionários sem a partilha do conhecimento da Fé? Não! Por isso, acordem! Retribuam a sua comunidade a experiência que você adquiriu na JMJ. Não faça deste magno congraçamento, uma curtida de final de semana na Cidade Maravilhosa...