segunda-feira, 16 de março de 2009

O OFÍCIO DIVINO: PARTE POR PARTE II- O MODO DE CELEBRAR

OFÍCIO DIVINO

"A oração pública e comum do povo de Deus é considerada com razão entre as principais funções da Igreja. Nos primórdios, já os batizados ‘eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações.’ (At 2, 42). Várias vezes atestam os Atos dos Apóstolos que a comunidade cristã o orava em comum.
Os documentos da Igreja primitiva testemunham também que os fiéis, cada um em particular, se entregavam oração em determinadas horas. Assim, muito cedo prevaleceu, em diversas regiões, o costume de reservar para a prece comum tempos fixos, como a última hora do dia, ao anoitecer, quando se acendiam as luzes, ou a primeira, quando, saindo o sol, a noite finda.
Com o decorrer do tempo, chegaram a santificar com uma prece comum também as demais horas, que os Padres viam insinuadas nos Atos dos Apóstolos. Aí, de fato, aparecem os discípulos reunidos as nove horas. O príncipe dos Apóstolos ‘subiu ao terraço para orar as doze horas’ (10, 9). ‘Pedro e João subiam ao templo hora da oração das quinze horas’ (3, 1). ‘Por volta de meia-noite, Paulo e Silas, em oração, louvavam a Deus’ (16, 25).
Essas orações, celebradas em comum, foram pouco a pouco aperfeiçoadas e organizadas como o ciclo completo das horas. Enriqucidas com leituras, essa Liturgia das Horas ou Ofício Divino, é antes de tudo oração de louvor e petição, e é a oração da Igreja com Cristo e a Cristo."

PAULO VI. Instrução Geral da Liturgia das Horas. São Paulo: Ed. Paulus.
(Leia-se a Instruçã o Geral da Liturgia das horas (IGLH), no início do Breviário, na página 13)

A SANTIFICAÇ O DO DIA OU AS DIVERSAS HORAS DO OFÍCIO DIVINO
Laudes e Vésperas

"Segundo uma venerável tradição de toda a Igreja, as Laudes, como oração da manhã , e as Vésperas, como oração da tarde, constituem como que os dois pólos do ofício quotidiano. Sejam consideradas como as horas principais e como tais sejam celebradas". (Sacrossancto Concilium).
A oração das Laudes possui caráter matutino, de consagrar desde cedo, o dia a Deus. Essa hora é celebra ao amanhecer do dia entre às 5 e 6:30 da manhã . Recordamos a luz do sol que nasce, do novo dia da ressurreição.
As Vésperas são celebradas no fim da tarde entre às 17 e 18:30 horas. Possui o caráter de "sacrifício vespertino", quando o Senhor se ofereceu aos Apóstolos na última ceia, ou aquele outro Sacrifício Redentor, em que derramou seu Sangue na Cruz. Recordamos o Mistério da Morte e a feliz esperança na Ressurreição. As Vésperas marcam sempre o início do dia litúrgico solene. Em todas as Solenidades, exceto no Tríduo Pascal, se celebram as I Vésperas na tarde do dia anterior, como: sábado (I Vésperas do domingo); 24 de dezembro (I Vésperas do Natal); 31 de dezembro (I Vésperas da M e de Deus) e etc...
Portanto, a Missa de sábado, ou de qualquer tarde anterior ao dia litúrgico, como dia 18 (I Vésperas da solenidade de São José) é a Missa própria do dia seguinte.
As Laudes e Vésperas possuem em comum os Hinos, dois salmos e um cântico, uma leitura breve ou longa (que pode ser substituída pelo evangelho do dia, ou outra leitura conveniente), um responsório breve; um Cântico Evangélico, de manh (Benedictus), tarde (Magnificat); oraç o dos fiéis; Pai-Nosso; oração conclusiva (oração do dia da Missa) e Bênção Final (se tiver Sacerdote ou Diácono).

Hora Média

Como já foi dito essas horas foram consagradas pela Igreja. A Hora Prima (oração das seis horas) foi suprimida pelo Concílio Vaticano II, pois já corresponde s Laudes. Já as Horas Terça (oração das nove horas), Sexta (oração das doze horas) e Noa (oração das quinze horas) foram mantidas segundo a tradição. Possuem os mesmos salmos. A cada três horas muda-se a leitura breve e a Oração conclusiva conforme a hora. Por exemplo: a oração do meio-dia vai falar sobre a crucificação, já a das 15 horas vai falar sobre a morte do Senhor. No final se diz:

V. Benedicamos Domino
R. Deo Gratias!
Ou, em português:

V. Bendigamos ao Senhor
R. Demos graças Deus!

Quando se reza uma só hora, como a do Breviário compactado, se reza somente a Oração das Doze Horas (Hora Média).

Completas

É a última oração do dia. Reza-se antes de deitar, mesmo depois da meia-noite. Depois do versículo introdutório, se faz o exame de consciência. Depois de um certo tempo de silêncio faz-se o Ato Penitencial com uma das diversas fórmulas do Missal Romano, como o Confiteor, o Kyrie e o Miserere Nostri.
Depois canta-se ou recita-se o hino. Canta-se ou recita-se um ou dois breves salmos. Segue-se o responsório breve, o Cântico Evangélico do Nunc Dimittis ("Agora, podes deixar..."), a oração conclusiva, e depois se diz:

V. O Senhor todo-poderoso, nos conceda uma noite tranqüila e no fim da vida uma morte santa.
R. Amém.

Depois reza-se uma das Antífonas marianas, como o Alma Redemptoris Mater (ciclo do Natal), Ave Regina Caelorum (da Apresentação do Senhor até a Semana Santa), Regina Caeli (Tempo Pascal), Salve Regina (da segunda-feira depois de Pentecostes até Cristo Rei) ou o Sub Tuum praesidium.
Ofício de leituras

É a antiga oração das Matinas, rezadas meia-noite ou no meio da madrugada. Foi adaptada para as diversas horas do dia. Antiga oração dos monjes, se constitui se duas leituras uma da Bíblia e outra da patrística dos Santos Padres e Doutores da Igreja. a legítima oração matutina e contém todo o tesouro da Palavra de Deus. Possui três salmos com dois responsórios breves. Quando rezada de madrugada ou de manhã é precedida pelo invitatório.

COMO SE REZA

Versículo introdutório

Quando as Laudes for a primeira oração do dia:

V. Abri, meu lábios, ó Senhor
R. E a minha boca anunciará o vosso louvor

Quando as Laudes forem rezadas depois do Invitatório e do Ofício de leituras:

V. Deus adjuntorium meum intende
R. Adjiuntorium me festina
Gloria in Patri et Filio et Spiritu Sancti,
sicut erat principio, nunc et semper et in saecula saeculorum. Amém. (Alleluia)
(Omite-se a aleluia desde a Quarta-feira de cinzas até a Vigília Pascal).

Ou, em português:

V. Vinde, ó Deus em meu auxílio
R. Socorrei-me sem demora
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. (Aleluia).

Obs.: Este versículo introdutório abre todas as horas.
Hinos

Depois se reza o hino próprio do dia, do tempo ou do saltério.
Salmos e cânticos

Cada salmo e cântico possui sua antífona. Reza-se a antífona juntos, uma só vez. Depois reza-se o salmo por inteiro, alternado por estrofes (parágrafos) ou versos (travessão). No final se diz GLÓRIA AO PAI, AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO. COMO ERA NO PRINCÍPIO, AGORA E SEMPRE. AMÉM. Depois repete-se a antífona.
Responsório breve

Chegamos a parte difícil do breviário. O refrão é anunciado pelo solista e depois assembleia o repete. Este refrão contém um asterisco no meio da frase. Depois, o solista diz a sua invocação e todos repetem a segunda parte do refrão. Novamente o solista invoca: GLÓRIA AO PAI, AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO, (E N O É COMO ERA NO PRINCÍPIO, AGORA E SEMPRE. AMÉM. Depois todos repetem o refrão por completo.
Cântico Evangélico

Funciona como o salmo. Tem o seu refrão.
Oração dos fiéis e Pai-nosso

É como na Missa. Nas Vésperas a oração pelos mortos deve sempre ser a última. O Pai-nosso quando em conjunto, se faz o convite.
Oração conclusiva

Nas Laudes, Vésperas, hora média e Ofício de leituras é a oração da coleta ou do dia, da Missa. Nas Completas é a própria do dia da semana. Por exemplo: domingos e solenidades, segunda, terça... Ah! E não se faz o convite "oremus".
Bênção Final ou conclusão

Nas Laudes e Vésperas, o sacerdote ou o Diácono dá a Bênção. Nas demais horas se diz ou o Benedicamos (Hora Média) ou o Nocte.
Na celebração comunitária ou individual, e quando não tiver Sacerdote ou Diácono, quem preside, diz:

V. Dominus nos benedicat, et ab omnia libera nos defendat malis et perdutis ad vitam aeternam
R. Amém.

Ou, em português:

V. O Senhor nos abênçoe, nos livre de todo o mal e nos conduza a vida eterna.
R. Amém.
Nas demais horas como acima, nos Nºs 2 e 3.
SE FAZ O SINAL DA CRUZ

No versículo introdutório, (Vinde, ó Deus em meu auxílio); no início de cada Cântico Evangélico (Benedictus, Magnificat e Nunc Dimittis); e no encerramento de cada hora.
SE FAZ O PERSIGNAR-SE NOS LÁBIOS

No início do invitatório ou nas Laudes: "Abri os meus lábios, ó Senhor..."
CELEBRAÇÃO COMUNITÁRIA,
TODOS FICAM DE PÉ:

Nos versículos introdutórios; nos Hinos; no Cântico Evangélico; e na Oração dos Fiéis, Pater Noster, oração concluiva, Bênção e conclusão.
TODOS SE SENTAM

Nos salmos e leitura breve ou longa, (exceto o EVANGELHO que se ouve de pé).
Não irei mais descer em pequenos detalhes da Celebração Comunitária. Quanto essa, leia a IGLH. Fico por aqui.
Felipe Nascimento

sexta-feira, 13 de março de 2009

SIM, SIM! e NÃO, NÃO!

É de assustar como os nossos ministros, especialmente padres e bispos se intimidam diante da sociedade. São poucos os corajosos como o padre Wagner e Dom José Sobrinho. A grande maioria parece estar vivendo a SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, ou coisa parecida. Tem medo de dizer a verdade, pricipalmente à políticos e à mídia.
Ontem a CNBB, através de Dom Geraldo Lyrio Rocha (presidente) e Dom Dimas Lara Barbosa (secretário geral)publicaram uma nota explicando o caso da excomunhão da menina de nove anos que foi estuprada pelo padrasto. No ponto de vista canônico, a CNBB não cometeu nenhum erro. O arcebispo não excomungou ninguém, ele apenas anunciou uma pena, ou seja, a conseqüência que aquele pecado trazia pelo código da Igreja. Mas o problema é que mais uma vez a CNBB caiu no SUBJETIVISMO, quando Dom Dimas disse que "provavelmente as pessoas não estão excomungadas" e "que depende do grau de consciência de casa um".
Ora, ora, sabemos que não existe pecado quando não há conhecimento. Mas para lá, ninguém é burrinho pra não saber que matar é pecado gravíssimo. Todo mundo sabe que o aborto, o assassinato é um ato condenado pela Igreja, portanto, conhecendo a opinião da Igreja há pecado.
O papel desta instituição, é esclarecer o povo brasileiro sobre a doutrina católica, defender os valores cristãos na sociedade e promover as causas comuns entre as dioceses. No entanto, este órgão FUNCIONA COMO UM "SINDICATO PÚBLICO". Na maioria das vezes a CNBB ao invés de esclarecer, confunde, complica mais as coisas. Gosta de fazer pastoral para tudo (que até ajuda), mas isso quando não se infiltra progressistas e teólogos da libertação para burlar a DOUTRINA DO MAGISTÉRIO. Por que ainda, a CNBB não criou uma Pastoral dos Coroinhas? Porque eles são crianças, não precisam de evangelização? Por que também não criou uma Pastoral especial para o Sumorum Pontificum? Para ninguém pedir a Missa Tridentina, uma coisa "ultrapassada"? Cadê a liberdade religiosa neste aspectos? Vale lembrar que a CNBB não faz parte da hierárquia, ninguém é obrigado a acatar as suas decisões, ela é um órgão consultativo.
Ela deu a entender à mídia que o Arcebispo não excomungou (como de fato) que a excomunhão não existiu. Existiu sim, pelo código da igreja. Como diz o blog Igreja Una é o "dito pelo não dito" fala-se uma coisa e se entende outra. Sempre foi assim com a CNBB e sempre será. Desde a reforma conciliar, que as pessoas vem interpretando mal a Igreja, por causa dela. "Não é bem assim." E sem contar as manias.
Para encerrar não adianta virem "os regionalistas afirmando que a Igreja aqui é mais 'solidária' com os oprimidos, mais 'humana e sensível' que a Americana, etc! A lei canônica é uma só, para americanos, europeus e brasileiros." http://igrejauna.blogspot.com/
Pois é, deixo bem claro que não tenho nada contra este órgão, mas para ser fiel a Jesus Cristo, não se pode agradar a Deus e aos homens. Se continuar assim, o que será de nós no fim dos tempos? Precisamos de santos pastores, que carregam sua cruz, lutem pela verdade, e se for preciso derramem seu sangue, "pois quem me negar diante dos homens, eu o negarei diante do meu pai".

quinta-feira, 12 de março de 2009

CARTA A PROPÓSITO DA REMISSÃO DA EXCOMUNHÃO AOS QUATRO BISPOS CONSAGRADOS PELO ARCEBISPO LEFEBVRE


Por Papa Bento XVI
Fonte: Santa Sé


Amados Irmãos no ministério episcopal!
A remissão da excomunhão aos quatro Bispos, consagrados no ano de 1988 pelo Arcebispo Lefebvre sem mandato da Santa Sé, por variadas razões suscitou, dentro e fora da Igreja Católica, uma discussão de tal veemência como desde há muito tempo não se tinha experiência. Muitos Bispos sentiram-se perplexos perante um facto que se verificou inesperadamente e era difícil de enquadrar positivamente nas questões e nas tarefas actuais da Igreja. Embora muitos Bispos e fiéis estivessem, em linha de princípio, dispostos a considerar positivamente a decisão do Papa pela reconciliação, contra isso levantava-se a questão acerca da conveniência de semelhante gesto quando comparado com as verdadeiras urgências duma vida de fé no nosso tempo. Ao contrário, alguns grupos acusavam abertamente o Papa de querer voltar atrás, para antes do Concílio: desencadeou-se assim um avalanche de protestos, cujo azedume revelava feridas que remontavam mais além do momento. Por isso senti-me impelido a dirigir-vos, amados Irmãos, uma palavra esclarecedora, que pretende ajudar a compreender as intenções que me guiaram a mim e aos órgãos competentes da Santa Sé ao dar este passo. Espero deste modo contribuir para a paz na Igreja.









Uma contrariedade que eu não podia prever foi o facto de o caso Williamson se ter sobreposto à remissão da excomunhão. O gesto discreto de misericórdia para com quatro Bispos, ordenados válida mas não legitimamente, de improviso apareceu como algo completamente diverso: como um desmentido da reconciliação entre cristãos e judeus e, consequentemente, como a revogação de quanto, nesta matéria, o Concílio tinha deixado claro para o caminho da Igreja. E assim o convite à reconciliação com um grupo eclesial implicado num processo de separação transformou-se no seu contrário: uma aparente inversão de marcha relativamente a todos os passos de reconciliação entre cristãos e judeus feitos a partir do Concílio – passos esses cuja adopção e promoção tinham sido, desde o início, um objectivo do meu trabalho teológico pessoal. O facto de que esta sobreposição de dois processos contrapostos se tenha verificado e que durante algum tempo tenha perturbado a paz entre cristãos e judeus e mesmo a paz no seio da Igreja, posso apenas deplorá-lo profundamente. Disseram-me que o acompanhar com atenção as notícias ao nosso alcance na internet teria permitido chegar tempestivamente ao conhecimento do problema. Fica-me a lição de que, para o futuro, na Santa Sé deveremos prestar mais atenção a esta fonte de notícias. Fiquei triste pelo facto de inclusive católicos, que no fundo poderiam saber melhor como tudo se desenrola, se sentirem no dever de atacar-me e com uma virulência de lança em riste. Por isso mesmo sinto-me ainda mais agradecido aos amigos judeus que ajudaram a eliminar prontamente o equívoco e a restabelecer aquela atmosfera de amizade e confiança que, durante todo o período do meu pontificado – tal como no tempo do Papa João Paulo II –, existiu e, graças a Deus, continua a existir.
Outro erro, que lamento sinceramente, consiste no facto de não terem sido ilustrados de modo suficientemente claro, no momento da publicação, o alcance e os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009. A excomunhão atinge pessoas, não instituições. Um ordenação episcopal sem o mandato pontifício significa o perigo de um cisma, porque põe em questão a unidade do colégio episcopal com o Papa. Por isso a Igreja tem de reagir com a punição mais severa, a excomunhão, a fim de chamar as pessoas assim punidas ao arrependimento e ao regresso à unidade. Passados vinte anos daquelas ordenações, tal objectivo infelizmente ainda não foi alcançado. A remissão da excomunhão tem em vista a mesma finalidade que pretende a punição: convidar uma vez mais os quatro Bispos ao regresso. Este gesto tornara-se possível depois que os interessados exprimiram o seu reconhecimento, em linha de princípio, do Papa e da sua potestade de Pastor, embora com reservas em matéria de obediência à sua autoridade doutrinal e à do Concílio. E isto traz-me de volta à distinção entre pessoa e instituição. A remissão da excomunhão era um provimento no âmbito da disciplina eclesiástica: as pessoas ficavam libertas do peso de consciência constituído pela punição eclesiástica mais grave. É preciso distinguir este nível disciplinar do âmbito doutrinal. O facto de a Fraternidade São Pio X não possuir uma posição canónica na Igreja não se baseia, ao fim e ao cabo, em razões disciplinares mas doutrinais. Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canónica na Igreja, também os seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja. Por conseguinte, é necessário distinguir o nível disciplinar, que diz respeito às pessoas enquanto tais, do nível doutrinal em que estão em questão o ministério e a instituição. Especificando uma vez mais: enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não possui qualquer estado canónico na Igreja, e os seus ministros – embora tenham sido libertos da punição eclesiástica – não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja.

À luz desta situação, é minha intenção unir, futuramente, a Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei» – instituição competente desde 1988 para as comunidades e pessoas que, saídas da Fraternidade São Pio X ou de idênticas agregações, queiram voltar à plena comunhão com o Papa – à Congregação para a Doutrina da Fé. Deste modo torna-se claro que os problemas, que agora se devem tratar, são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do Concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos Papas. Os organismos colegiais pelos quais a Congregação estuda as questões que se lhe apresentam (especialmente a habitual reunião dos Cardeais às quartas-feiras e a Plenária anual ou bienal) garantem o envolvimento dos Prefeitos de várias Congregações romanas e dos representantes do episcopado mundial nas decisões a tomar. Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962: isto deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas, a alguns daqueles que se destacam como grandes defensores do Concílio, deve também ser lembrado que o Vaticano II traz consigo toda a história doutrinal da Igreja. Quem quiser ser obediente ao Concílio, deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes de que vive a árvore.
Dito isto, espero, amados Irmãos, que tenham ficado claros tanto o significado positivo como os limites do provimento de 21 de Janeiro de 2009. Mas resta a questão: Tal provimento era necessário? Constituía verdadeiramente uma prioridade? Não há porventura coisas muito mais importantes? Certamente existem coisas mais importantes e mais urgentes. Penso ter evidenciado as prioridades do meu Pontificado nos discursos que pronunciei nos seus primórdios. Aquilo que disse então permanece inalteradamente a minha linha orientadora. A primeira prioridade para o Sucessor de Pedro foi fixada pelo Senhor, no Cenáculo, de maneira inequivocável: «Tu (…) confirma os teus irmãos» (Lc 22, 32). O próprio Pedro formulou, de um modo novo, esta prioridade na sua primeira Carta: «Estai sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar a razão da esperança que está em vós» (1 Ped 3, 15). No nosso tempo em que a fé, em vastas zonas da terra, corre o perigo de apagar-se como uma chama que já não recebe alimento, a prioridade que está acima de todas é tornar Deus presente neste mundo e abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos no amor levado até ao extremo (cf. Jo 13, 1) em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. O verdadeiro problema neste momento da nossa história é que Deus possa desaparecer do horizonte dos homens e que, com o apagar-se da luz vinda de Deus, a humanidade seja surpreendida pela falta de orientação, cujos efeitos destrutivos se manifestam cada vez mais.
Conduzir os homens para Deus, para o Deus que fala na Bíblia: tal é a prioridade suprema e fundamental da Igreja e do Sucessor de Pedro neste tempo. Segue-se daqui, como consequência lógica, que devemos ter a peito a unidade dos crentes. De facto, a sua desunião, a sua contraposição interna põe em dúvida a credibilidade do seu falar de Deus. Por isso, o esforço em prol do testemunho comum de fé dos cristãos – em prol do ecumenismo – está incluído na prioridade suprema. A isto vem juntar-se a necessidade de que todos aqueles que crêem em Deus procurem juntos a paz, tentem aproximar-se uns dos outros a fim de caminharem juntos – embora na diversidade das suas imagens de Deus – para a fonte da Luz: é isto o diálogo inter-religioso. Quem anuncia Deus como Amor levado «até ao extremo» deve dar testemunho do amor: dedicar-se com amor aos doentes, afastar o ódio e a inimizade, tal é a dimensão social da fé cristã, de que falei na Encíclica Deus caritas est.


Em conclusão, se o árduo empenho em prol da fé, da esperança e do amor no mundo constitui neste momento (e, de formas diversas, sempre) a verdadeira prioridade para a Igreja, então fazem parte dele também as pequenas e médias reconciliações. O facto que o gesto submisso duma mão estendida tenha dado origem a um grande rumor, transformando-se precisamente assim no contrário duma reconciliação é um dado que devemos registar. Mas eu pergunto agora: Verdadeiramente era e é errado ir, mesmo neste caso, ao encontro do irmão que «tem alguma coisa contra ti» (cf. Mt 5, 23s) e procurar a reconciliação? Não deve porventura a própria sociedade civil tentar prevenir as radicalizações e reintegrar os seus eventuais aderentes – na medida do possível – nas grandes forças que plasmam a vida social, para evitar a segregação deles com todas as suas consequências? Poderá ser totalmente errado o facto de se empenhar na dissolução de endurecimentos e de restrições, de modo a dar espaço a quanto nisso haja de positivo e de recuperável para o conjunto? Eu mesmo constatei, nos anos posteriores a 1988, como, graças ao seu regresso, se modificara o clima interno de comunidades antes separadas de Roma; como o regresso na grande e ampla Igreja comum fizera de tal modo superar posições unilaterais e abrandar inflexibilidades que depois resultaram forças positivas para o conjunto. Poderá deixar-nos totalmente indiferentes uma comunidade onde se encontram 491 sacerdotes, 215 seminaristas, 6 seminários, 88 escolas, 2 institutos universitários, 117 irmãos, 164 irmãs e milhares de fiéis? Verdadeiramente devemos com toda a tranquilidade deixá-los andar à deriva longe da Igreja? Penso, por exemplo, nos 491 sacerdotes: não podemos conhecer toda a trama das suas motivações; mas penso que não se teriam decidido pelo sacerdócio, se, a par de diversos elementos vesgos e combalidos, não tivesse havido o amor por Cristo e a vontade de anunciá-Lo e, com Ele, o Deus vivo. Poderemos nós simplesmente excluí-los, enquanto representantes de um grupo marginal radical, da busca da reconciliação e da unidade? E depois que será deles?

É certo que, desde há muito tempo e novamente nesta ocasião concreta, ouvimos da boca de representantes daquela comunidade muitas coisas dissonantes: sobranceria e presunção, fixação em pontos unilaterais, etc. Em abono da verdade, devo acrescentar que também recebi uma série de comoventes testemunhos de gratidão, nos quais se vislumbrava uma abertura dos corações. Mas não deveria a grande Igreja permitir-se também de ser generosa, ciente da concepção ampla e fecunda que possui, ciente da promessa que lhe foi feita? Não deveremos nós, como bons educadores, ser capazes também de não reparar em diversas coisas não boas e diligenciar por arrastar para fora de mesquinhices? E não deveremos porventura admitir que, em ambientes da Igreja, também surgiu qualquer dissonância? Às vezes fica-se com a impressão de que a nossa sociedade tenha necessidade pelo menos de um grupo ao qual não conceda qualquer tolerância, contra o qual seja possível tranquilamente arremeter-se com aversão. E se alguém ousa aproximar-se do mesmo – do Papa, neste caso – perde também o direito à tolerância e pode de igual modo ser tratado com aversão sem temor nem decência.

Amados Irmãos, nos dias em que me veio à mente escrever-vos esta carta, deu-se o caso de, no Seminário Romano, ter de interpretar e comentar o texto de Gal 5, 13-15. Notei com surpresa o carácter imediato com que estas frases nos falam do momento actual: «Não abuseis da liberdade como pretexto para viverdes segundo a carne; mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço uns dos outros, porque toda a lei se resume nesta palavra: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais mutuamente, tomai cuidado em não vos destruirdes uns aos outros». Sempre tive a propensão de considerar esta frase como um daqueles exageros retóricos que às vezes se encontram em São Paulo. E, sob certos aspectos, pode ser assim. Mas, infelizmente, este «morder e devorar» existe também hoje na Igreja como expressão duma liberdade mal interpretada. Porventura será motivo de surpresa saber que nós também não somos melhores do que os Gálatas? Que pelo menos estamos ameaçados pelas mesmas tentações? Que temos de aprender sempre de novo o recto uso da liberdade? E que devemos aprender sem cessar a prioridade suprema: o amor? No dia em que falei disto no Seminário Maior, celebrava-se em Roma a festa de Nossa Senhora da Confiança. De facto, Maria ensina-nos a confiança. Conduz-nos ao Filho, de Quem todos nós podemos fiar-nos. Ele guiar-nos-á, mesmo em tempos turbulentos. Deste modo quero agradecer de coração aos numerosos Bispos que, neste período, me deram comoventes provas de confiança e afecto, e sobretudo me asseguraram a sua oração. Este agradecimento vale também para todos os fiéis que, neste tempo, testemunharam a sua inalterável fidelidade para com o Sucessor de São Pedro. O Senhor nos proteja a todos nós e nos conduza pelo caminho da paz. Tais são os votos que espontaneamente me brotam do coração neste início da Quaresma, tempo litúrgico particularmente favorável à purificação interior, que nos convida a todos a olhar com renovada esperança para a meta luminosa da Páscoa.

Com uma especial Bênção Apostólica, me confirmo
Vosso no Senhor


BENEDICTUS PP. XVI











Vaticano, 10 de Março de 2009.

domingo, 8 de março de 2009

Na Liturgia, especialmente na Missa, Jesus se transfigura!


O 2º domingo da Quaresma tradicionalmente traz o evangelho da Transfiguração. Mas para nós cristãos o que significa a mensagem da Transfiguação? Reflitamos sobre o tema.

Na Quaresma fazemos o caminho da perfeição, do resdescobrimento. Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João e sobe ao Monte Tabor e ali se transfigura. Nisso aparece dois personagens do antigo testamento: Moisés e Elias. É uma cena ilusitada. Duas figuas importantes da tradição judaica: a lei e a justiça. Os apóstolos entram em extase. Lhes são revelados os futuros Mistérios da Salvação, que não compreendem e a exortação do Pai: "Este é o meu Filho muito amado, escutai-o" A escuta do Filho tem sua prefiguração na fidelidade incondicional de Abraão. O pai da Fé não hesita em sacrificar seu próprio Filho. E qual é o nosso sacrifício? Cumprir a nossa missão profética, sacerdotal e real, oferecendo nossas vidas nas mãos do Pai. Vamos explicar o que significa esta tríplice missão.

No Batismo fomos condenados à santidade, para uma vocação santa de Filhos de Deus. Pelo Batismo se tornamos Sacerdotes, Profetas e Reis. Esse sacerdócio, não é que nem o sacerdócio ministerial dos clérigos, mas é o Sacerdócio Comum de oderecer sua vida a Deus como Batizado. A missão profética consiste no anúncio e no testemunho da Palavra. A realeza é o domínio sob o pecado e a caridade cristã.

O apóstolo Paulo, na sua 2ª carta aos Coríntios nos exorta a "não receber em vão a graça de Deus" e a não dar "a ninguém motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja desacreditado". Mas para nós, o que é "receber em vão a graça de Deus"? É deixar de levar a Palavra de Deus para os nossos filhos, familiares e amigos. Pior ainda: quando escandalizamos nossos irmãos, contra-testemunhando nossa Fé, favorecendo a cultura da morte e deixando de cumprir pela palavra e pela vida a "lei da fé" que é a prática daquilo que professamos na "lei da oração". Infelizmente, muitos de nós estão se contrapondo na "lei da oração". Inclusive alguns Ministros da Palavra.

Na Liturgia, principalmente na Santa Missa, se transfigura o Mistério da Salvação, a Liturgia Celeste dos Anjos e o Sacrifício da Cruz. Na Missa, o Mistério da Cruz, agora se transfigura de modo incruento, ou seja, não se renova o martírio doloroso e sangrento, mas sim, as graças e os frutos da Paixão pelo Corpo e Sangue de Cristo nas espécies de pão e vinho. Por isso, para comungar, precisamos estar em ESTADO DE GRAÇA, quer dizer, SEM PECADO GRAVE. "CADA UM EXAMINE SUA CONSCIÊNCIA, SE NÃO É DIGNO DE COMER DO CORPO DO SENHOR". Em perfeito estado de união com seu corpo a Igreja. A COMUNHÃO COM A PALAVRA e a COMUNHÃO COM A EUCARITIA formam UMA SÓ. Por isso que quem comungar sem estar em perfeita comunhão contra a DOUTRINA E A MORAL DA IGREJA, QUE SE AFASTE DA MESA EUCARÍSTICA.

E se por um acaso, tu CAIU POR UM PECADO GRAVE, ou se DESLIGOU DO CORPO MÍSTICO POR UM PECADO PASSIVO DE EXCOMUNHÃO "LATAE SENTENTIAE", ARREPENDA-SE AGORA DE SEUS PECADOS E VOLTE A PARTICIPAR DA "REUNIÃO FESTIVA DE MILHÕES DE ANJOS". PROCURE UM SACERDOTE OU UM BISPO SE FOR O CASO DE EXCOMUNHÃO, CONFESSA-TE E EMENDA-TE DOS TEUS PACADOS. Recorra ao auxílio maternal da Virgem Maria, que acolheu a Pedro arrependido e laça-te no seu colo, para transmitir de geração em geração as graças de Deus. Amém

sexta-feira, 6 de março de 2009

"De nada adianta a Fé sem as obras"


Pois é pessoal. Mais uma vez a carta de São Tiago cai como uma luva nas mãos de CAÓTICOS.

"Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento, eu diria, conservador como esse. Ou seja, não é possível que uma menina estuprada por um padrasto tenha esse filho até porque a menina corria risco de vida. Eu acho que, nesse aspecto, a medicina está mais correta que a Igreja. A medicina fez o que tinha que ser feito: salvar a vida de uma menina de nove anos", disse o presidente Lula.

Cristão em quê? No assassinato de vidas inocentes? Depois vai pedir a bênção para o Papa!


Não existe COMUNHÃO PLENA com CRISTO, seja SACRAMENTAL OU ESPIRITUAL SEM estar em Comunhão de DOUTRINA E OBEDIÊNCIA COM A IGREJA SEU CORPO!

Eis a tolice- desculpem a palavra!- dos inteligentes: SEPARAR A CABEÇA DO CORPO!

quarta-feira, 4 de março de 2009

O MESTRE DE CERIMÔNIAS: solução para a "bagunça" litúrgica?

Abaixo coloco um texto muito interessante da Veritatis Splendor. O texto sobre liturgia, não faz nenhuma relação ao Mestre de Cerimônias. A fonte do texto é do site a Sancta Missa e a tradução do grande blog Igreja Una.
Comentários Meus.

RESTAURANDO A BELEZA NA LITURGIA

Por Pe. Scott A. Haynes, SJC

A Festa de Casamento do Cordeiro descrita no Livro da Revelação na verdade descreve a Sagrada Liturgia da Igreja. No clímax do seu divino oficio a noiva reflete a imagem do noivo – a imagem do Verbo encarnado, que é Beleza encarnada. Para o mundo, a máxima “a beleza está nos olhos de quem vê” é um tema subjetivo. Para a noiva de Cristo isto é uma realidade concreta da Encarnação!

Tristemente em nosso tempo, o banal e vulgar invadiram nossos santuários(seguindo a hermenêutica da ruptura modernista), seguindo um desorientado senso de criatividade. (E quem fala que a criatividade não pode faltar?) Nada, entretanto, é mais importante atualmente do que a restauração da beleza na Sagrada Liturgia, a restauração do sagrado.(Através da obediência as rubricas, que aliás CRIATIVIDADE se faz pela aplicação e diversas formas tradicionais das mesmas).

Quando se celebra a Sagrada Liturgia com verdadeira reverência e beleza, a Igreja deve ser capaz de “distinguir entre o sagrado e o profano”.(Mas não é o que acontece quando equipes de liturgia e diversas pastorais se encarregam da celebração). Quando falsas “inculturações” poluem o serviço litúrgico nós podemos estar certos de que “tudo não é válido; tudo não é licito; tudo não é bom”. O secular, o barato, o inferior e o não-artístico “não são maneiras de se cruzar o templo do Senhor”(para isso existe a IGMR- Instrução Geral do Missal Romano, que aliás, passa longe da cabeça das equipes de liturgia e sacerdotes!)

Para se "restaurar o sagrado" nós devemos primeiro e principalmente contemplar a beleza de Cristo na Sagrada Liturgia (nos paramentos, nas imagens, na cruz e nos castiçais) - uma ação sacra que supera todas as outras. Isto começa com a fidelidade exterior às rubricas, mas leva a interna união com Cristo, para "aqueles que o servem devem servi-lo em espírito e verdade".(Além de estar em dia com sua Confissão Sacramental, suas responsabilidades e atitudes). A beleza espiritual da Sagrada Liturgia transforma as vidas dos católicos. De fato, "o encontro com a beleza se
transforma na ponta da flecha que acerta o coração e desta forma abre os nossos olhos".(Principalmente de crianças e jovens). Esta beleza espiritual molda o coração como o de Cristo na beleza moral. E quando a beleza espiritual da Sagrada Liturgia transforma uma alma, o ser humano pode criar coisas belas, como arte, arquitetura, poesia e música.(Liturgia é educação, é cultura)!

Esta beleza humana, formada pela beleza de Cristo na Sagrada Liturgia, imita o gênio criativo de Deus que deu a este mundo uma beleza natural inerente. Quando a bela e radiante face de Cristo Nosso Salvador torna-se o centro do ofício sagrado toda a criação clama com o salmista: tudo o que Ele fez é cheio com o esplendor e beleza".(E não quando o presbitério se torna palco de atração para shows, agitação, animação, aparência para alguns)

Se a beleza da Santa Missa não repousa, em essência, sobre a esplendida beleza da iconografia, das vestimentas, do canto gregoriano ou da arquitetura barroca, por que então a Igreja investiu tanto do seu patrimônio patrocinando estas artes sacras?(E porque certos "grupos" introduzem rock, barulhos e gestos profanos?) Deus colocou um desejo legítimo na alma humana para criar coisas belas porque Ele deseja que os homens compartilhem a criação, uma criação que é boa e bela.

Beleza na liturgia resulta do antigo.(Ah, seus "progressistas"!) É por isso que a liturgia, pela sua própria natureza, necessita do antigo, e assim a liturgia não pode existir sem as rubricas ou cerimônias.(Daí, precisa-se de alguém para manter a "ordem da celebração", ou seja,um MESTRE DE CERIMÔNIAS! ) A beleza erradia pelos gestos da Sagrada Liturgia. Os atos exteriores do culto, como fazer o sinal da cruz, genuflexão, ajoelhar e sentar, tornam-se meios de interiorizar a reverência e beleza nas nossas vidas.(Daí a importância dos Acólitos, cerimoniários e coroinhas bem formados).

"Todo gesto litúrgico, sendo um gesto de Cristo, é invocado para expressar beleza".(O ato de incensar, bater sinetas e levar castiçais). E a beleza transcendental da Liturgia permeia os corações dos homens e nos forma para termos relacionamentos adequados, não apenas com Deus, mas também com nosso vizinho e nos ajuda a transformar a cultura humana.(Infelizmente muitos sacerdotes não pensam assim. Liturgia obedecida a risca, com incenso, velas e cruz não passa de coisa de "antiquado", "tradicionalista"; não tem nada haver com a "mensagem atual") Este é o significado genuíno de "inculturação". Se nós católicos queremos que a beleza inerente da liturgia transforme a "cultura da morte", nós devemos permitir que a Sagrada Liturgia nos molde pelo seu espírito, que é o Espírito de Cristo.(Mas o que acontece é o contrário: o modernismo, a vulgaridade está moldando a liturgia).

Isto significa que, humildemente, nos devemos renunciar a qualquer desejo de fazer a liturgia conforme as modas passageiras.(E devemos imitar a Roma, a tradição) Conseqüentemente, renunciemos às inovações não autorizadas, improvisações, banalidades e ao desorientado senso de criatividade.
SJC, Pe Scott A Haynes. Apostolado Veritatis Splendor: RESTAURANDO A BELEZA NA LITURGIA. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5623. Desde 02/03/2009.

Mais uma vez o pecado brada o céu!

Abaixo, coloco a notícia de última hora do jornal o globo. Mais uma vez, ONGs e profissionais da saúde traem a sua missão que é guardar e zelar pela vida desde "a concepção até a morte natural"!
http://oglobo.globo.com/pais/cidades/mat/2009/03/04/menina-de-9-anos-estuprada-por-padrasto-submetida-aborto-em-recife-754680349.asp
O aborto é passível de excomunhão latae sententiae, ou seja, automática. Claro que a criança que não teve opção de escolha e estava disposta a criar a criança na sua mais pura inocência. Pobre criança! Além de carregar os traumas dos abusos do padrasto, ainda vai carregar o drama de não ter carregado, visto, criado, dar a luz o seu primeiro bebê. Resta-nos a oração a esta criança, o acompanhamento da Igreja neste caso (que já está sendo feito pelo arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho) e o longo tratamento psicológico.

O OFÍCIO DIVINO PARTE POR PARTE


Concerteza tu já ouviu falar da LITURGIA DAS HORAS, ORAÇÃO DAS HORAS, BREVIÁRIO e enfim OFÍCIO DIVINO rezado por religiosos, religiosas e sacerdotes. Saiba que ESTA ORAÇÃO NÃO É EXCLUSIVIDADE DOS RELIGIOSOS! Sim, o Concílio Vaticano II através da constituição Sacrossancto Concilium, sobre a liturgia estendeu a todo o povo de Deus.

Constituída de salmos, leituras e hinos a pessoa eleva sua mente e sua voz ao céu. Cantada expressa ainda mais sua eloqüencia.

Para entrar a fundo, leia a IGLH (Instrução Geral da Liturgia das Horas) do Papa Paulo VI.

Saiba que esta oração é tão importante quanto o Rosário. Só não digo que é mais importante, porque o Rosário tem o seu mérito mariano. Mas a LITURGIA DAS HORAS faz PARTE DA LITURGIA, COMO A MISSA. O próprio nome explica, Liturgia (ação do Espírito Santo) nas diversas horas do dia. A Igreja celebra nas diversas horas os momentos da vida de Cristo.

Os Cristãos seguindo o povo hebreu, cumpre o mandato de Cristo, de "orar sem cessar", estendem para o decorrer do dia os "louvores e ações de graças, como também a memória dos mistérios da salvação...contidos no mistério eucarístico" é também "a sua melhor preparação". Nela, os sacerdotes exercem o múnus de "convocar o povo e dirigir a oração". Introduz aqui na terra, a Liturgia celeste e como Igreja reunida suplica "pela salvação do mundo inteiro".

Ainda continuarei falando sobre a LITURGIA DAS HORAS.