domingo, 10 de janeiro de 2010

Papa celebra Missa "Versus Deum" na Capela Sistina

Em contra partida aquela Missa celebrada naquele dia no Brasil, o Papa Bento XVI celebrou na Capela Sistina, a Festa do Batismo do Senhor, com a celebração do Batismo das crianças. A Missa, como tradição, foi celebrada no Altar-mor dedicado, junto a parede, sendo celebrantes e fiéis voltados ao crucifixo em direção ao afresco do juízo final de Michelangelo. Bento XVI, celebra nessa posição desde 2008. A Celebração "Versus Deum- ad orientem" tem um significado muito especial para a espiritualidade litúrgica. A Missa "de frente para Deus, ao oriente" não é uma mera posição geográfica, é mais do que isso: significa que sacerdote e povo estão a caminho rumo a terra prometida. O oriente é o lugar do sol nascente, símbolo de Cristo Ressuscitado. É também o local do Calvário, a terra do Sacrifício. Assim como os muçulmanos rezam em direção à Meca e os judeus à Jerusalém, também nós cristãos rezamos em direção à Jerusalém, cidade sagrada. Conforme salienta em seu livro "Introdução ao Espírito da Liturgia", o Cardeal Ratzinger, atual Papa Bento XVI afirma que a posição "Versus Deum" dá a impressão de uma comunidade aberta para a frente e para o alto, enquanto a celebração "versus populum" é um círculo fechado em si mesmo.
Infelizmente, após o Concílio Vaticano II, nos anos que se seguiram a reforma, houve um completo mal entendido sobre a construção dos altares separados das paredes e das basílicas romanas. O Missal queria que os altares fossem separados dos retábulos justamente para que se pudessem incensá-los em toda volta. Ao longo da IGMR, várias vezes encontramos a expressão "o sacerdote deve voltar-se para o povo", dando a entender que o sacerdote estava voltado para o altar. A posição "versus Deum" é a orientação de toda a liturgia a Deus e da comunidade que espera a sua volta.
Mesmo na celebração "versus populum" a liturgia se orienta para Deus. Para melhor expressar essa orientação do sacerdote e do povo, deve-se colocar sempre que possível, um crucifixo sobre o altar suficientemente grande, voltado para o celebrante, para que toda a assembleia possa enxergar o centro da oração. Povo e sacerdote olham juntos de ambos os lados para o crucificado. Conforme, Bento XVI o crucifixo não cria nenhum obstáculo a visão do sacerdote ou ao diálogo, pois o importante não é o diálogo entre o povo e o sacerdote, mas o olhar para o Senhor.

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