domingo, 17 de fevereiro de 2013

A última consequência da fidelidade a Deus Ou A amizade pela Fé

Antes de qualquer reflexão teológica ou espiritual, este artigo quer ser um "desabafo" da minha experiência em comunidade nos últimos cinco anos. "Ah, lá vem o Felipe com mais um texto sarcástico"... Bom, estou de férias e agora me reservo ao direito de expor o meu pensamento sobre a "Amizade pela Fé", o tema não seria este, mas o assunto vem catastroficamente a desaguar neste ponto.

Vamos ao que interessa: Não é de hoje, que infelizmente, a castidade vem sendo tratada como tabu, até mesmo nos Grupos de Jovens. Pasmem! Sem querer generalizar, a cultura do "ficar" e dos beijos aqui e acolá, vem sendo tratada como brincadeira de criança e não com a seriedade que merecem. Não pretendo fazer neste artigo nenhuma consideração sobre o "ficar", se é pecado ou não; e muito menos ser puritano ou ultra-conservador, como tantos me rotulam. Mas é preciso chamar a atenção para a postura ética-cristã. A destruição da família e da moral já começa pelo "ficar"- beijos disseminados entre um e outro - uma ameaça ao namoro. Já faz tempos que o namoro foi coisa séria...

O segundo ponto, aí o caso fica mais grave, é a questão da sexualidade. Mais uma vez a Igreja é a ultra-conservadora da história, porque não permite a camisinha e mais outras balelas modernistas. A partir daí, começa a divisão entre modernistas e conservadores dentro da própria comunidade. Infelizmente, hoje muitos dos nossos jovens por uma razão ou outra - seja por uma conversão tardia ou uma revolta na fé - não se mantiveram castos. Ponto. Uma vez terem se arrependido, voltam para o Senhor e seguem em frente no caminho da Fé. O PROBLEMA SÃO AQUELES QUE PREGAM A CASTIDADE, MAS NÃO A VIVEM. E O PIOR: FORA DO AMBIENTE ECLESIÁSTICO DEBOCHAM DAQUELES QUE VIVEM A CASTIDADE, COMO SE O NORMAL DO JOVEM CRISTÃO, FOSSE FAZER TUDO O QUE O MUNDO FAZ.

Chegamos ao "x" da questão. A nossa juventude católica, perde em quantidade e qualidade, porque: 

1º) a grande maioria não se incentiva um ao outro a viver a castidade, a Fé. São raros os casos em que se pode ter com um amigo, uma conversação espiritual. Sim, São Francisco Xavier e São Josemaria Escrivá recomendavam essa amizade espiritual, hoje tão escassa. Um amigo íntimo, fora do sacerdócio, um igual a ti, para partilhar dos mesmos sentimentos e pensamentos sobre Deus, a vida e o mundo. 

2º) Uma roda de amigos para sair juntos, passear, ir ao cinema, a balada; porém, um vigiando o outro... Não estou me referindo a uma roda de crentes puritanos, nada disso. Antes de tudo, uma comunidade precisa criar mecanismos de acolhida, de diversão, de afeto, para cantar junto, dançar junto e até chorar junto. Hoje, pode-se fazer tudo na Missa, mas fora da Missa tudo é proibido. Não, deve ser justamente o contrário. A Igreja acaba se tornando um local de reuniões chatas e de celebrações massantes, do que o lugar da experiência com Deus em comunidade. É preciso dar a Deus o seu culto que lhe é devido, e ao povo o seu espaço. 

3º) Tu jamais serás admirado por ter sido fiel, conservador, ter cumprido a regra. Enfim, ter sido um quadrado. Antes de tudo, serás rotulado como "rato de sacristia", "ultra-conservador", "padreco" e etc. E se tu mudares a tua posição, serás mais criticado ainda. Eles não vão te incentivar a estudar o Catecismo, a ler os livros de liturgia e muito menos... se tu for quieto na tua, se tu não "fica" e pretende arrumar uma namorada católica ou então,  pretendes seguir a vida sacerdotal, AÍ SIM SERÁS MAIS CRITICADO AINDA! Nisso está o ponto crucial entre as juventudes católicas e protestantes. Nós, é cada um na sua tribo! Eles não: andam sempre em grupos para onde quer que vão, sem se importar se esse é da Reforma-da-reforma ou se é da PJ; se é da RCC ou do Carmelo, e por aí vai. 

A última consequência da fidelidade a Deus não é a zombaria do mundo, nem a renúncia dos prazeres; mas pode ser na pior hipótese, o abandono daqueles que deveriam ser os teus amigos pela Fé, os teus irmãos de caminhada. Quando fores ignorado, ser tratado como um estranho na tua comunidade, quando perceberes que o "protagonismo juvenil" é para meia-dúzia de descolados e sentires que o teu chão está caindo sozinho, AÍ SIM, SE VERÁS COMO O CRISTO NO HORTO DAS OLIVEIRAS. Ou te manterás forte, ou então esmorecerás. Como a nossa fé nestes casos está abalada, não preciso nem dizer o que acontece na maioria das vezes.

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