segunda-feira, 17 de maio de 2010

Depois do ataque de Viena, ''Sodano deve ir embora''

"Sodano deve ser removido e deve lhe ser dito que sirva a Igreja com a oração. Todos dentro da Igreja devem saber que há consequências por erros escandalosos". É claríssimo e definitivo o distanciamento do decano do Colégio Cardinalício, o cardeal Angelo Sodano, assumido por Joseph Bottum, diretor da First Things, a revista de referência da área teológica conservadora norte-americana, fundada pelo ex-luterano, depois sacerdote católico, Richard John Neuhaus.
Depois da bofetada em Sodano dada pelo arcebispo de Viena, Christoph Schönborn – porque, em sua opinião, há 15 anos, ele acobertou o "caso Hans Hermann Groër" – é a revista em torno à qual gira um do grupos de intelectuais mais influentes dos Estados Unidos que abre fogo contra um príncipe da Igreja que, durante anos, na era Wojtyla, detinha as rédeas do governo da Cúria Romana.A reportagem é de Paolo Rodari, publicada no jornal Il Foglio, 14-05-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.A culpa atribuída a Sodano é explícita: encobriu, obtendo também diversos favores financeiros, os crimes de Marcial Maciel Degollado, "o corrupto vigarista que fundou a Legião de Cristo e a associação leiga Regnum Christi".Em torno da First Things, há personalidades ouvidas não só no mundo católico norte-americano, mas também no Vaticano, como: Michael Novak, o profeta do capitalismo democrático, e George Weigel, biógrafo do Papa João Paulo II e de Bento XVI, membro sênior do Ethics and Public Policy Center de Washington. Também Mary Ann Glendon, ex-embaixadora norte-americana junto à Santa Sé e professora de legislação na faculdade de direito de Harvard. Junto com eles, Robert Royal, presidente do Faith & Reason Institute da capital federal.Na crítica veemente à forma como a Cúria Romana administrou o "caso Maciel", a First Things se posiciona ao lado do National Catholic Reporter, o jornal semanal líder dos católicos progressistas dos Estados Unidos, no qual escreve a estrela dos vaticanistas norte-americanos, John Allen. Foi o National Catholic Reporter que, há alguns dias, publicou um artigo em duas partes sobre as imprudentes operações financeiras levadas adianta pelos Legionários sob a liderança de Maciel.Mas, escreve Bottum, "o artigo surpreendentemente recebeu pouca atenção, talvez porque as conexões da Legião com Carlos Slim não tenham sido demonstradas". O bilionário mexicano Carlos Slim, junto com outros apoiadores de peso, foi indicado nestes dias por alguns jornalistas como um dos principais financiadores da Legião. Dentre estes, também foi possível ler os nomes do produtor cinematográfico Steve McEveety, de Thomas Monaghan, fundador da rede Domino's Pizza e da Ave Maria University da Flórida, do ex-governador da Flórida Jeb Bush e do ex-senador da Pensilvânia Rick Santorum.Entre os financiadores, mais de uma vez se fez referência ao nome de Neuhaus. Em 2002, foi ele que escreveu que as acusações contra Maciel eram "falsas e maldosas". Mas, explica Bottum, com tom amargo e melancólico, "Maciel enganou muitas pessoas, incluindo o criador desta revista". Escreve Bottum: "A ironia é que o Pe. Neuhaus não assumiu essa defesa por ordem de Maciel, a quem ele nunca conheceu bem. Ele fez isso porque as pessoas que ele sim conhecia bem, os jovens padres norte-americanos da Legião, imploraram que ele fizesse isso, dizendo-lhe que seu fundador [Maciel] estava sofrendo um ataque falso e injusto".Alguém tem que pagar pelo caso Maciel. Para Bottum, Sodano é o bode expiatório: "Ele tem que ir embora", escreve. É tudo "muito triste. Uma longa carreira na Igreja não está terminando bem, e seria mais gentil proteger o homem [Sodano] e deixar que tudo saia de modo despercebido. Mas o próprio cardeal Sodano não parece disposto a que seja assim".
E pôde-se ver uma demonstração disso, segundo Bottum, na defesa de Bento XVI que Sodano fez no dia de Páscoa: "O povo de Deus está com o senhor e não se deixa impressionar pelas fofocas mesquinhas do momento", disse o cardeal.E depois o ataque mais duro de Bottum: "Com as coisas desse jeito, se (que Deus não o queira) o Papa Bento XVI morresse, as exéquias seriam celebradas pelo cardeal Sodano – e os noticiários, hora após hora, exibiriam coisas repetidas de tudo o que agora está associado ao seu nome".

2 comentários:

  1. Felipe, Salve Maria!
    Passo aqui para deixar-lhe um abraço!
    Que Deus o abençoe e Nossa Senhora te cumule de graças pelo seu trabalho em defesa da fé!

    Olegario.

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  2. Muito obrigado, Olegário!!!
    Que Deus te acumule de Bênçãos em dobro!!!
    Lutar em defesa da Fé é uma obrigação de vida ou morte para qualquer "Católico" que tenha vergonha na cara.

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